quinta-feira, 8 de maio de 2008

Raul Lopes.

O céu estava novamente cinza-lilás e depois de comer alguns chocolates a idéia era tomar banho de chuva. Quando se é criança escorregar no terraço cheio de sabão, pular o muro, dar cambalhotas e tomar banho de chuva nem de longe parece ser algo perigoso. Quando crescemos viramos aquele mesmo adulto chato que nos manda sair da chuva para não pegar um resfriado.... tive medo da chuva. Melhor dizendo, dos raios. Então mesmo com minhas havaianas douradas não me arrisquei a me expor. Peguei as chaves do carro e fui dar uma meia volta no quarteirão - de janela aberta. Molhei o carro inteiro, mas aquela falsa sensação de segurança me aliviou o juízo. [A mesma falsa segurança que me acompanha.] Molhei as mãos.
Molhei o rosto.
O Sol tinha dado lugar a nuvens encharcadas.
Choveu pouco. O suficiente.

Depois desta meia volta na chuva decidi oxigenar o cérebro e fazer uma caminhada. Pessoas sedentárias como eu devem se render ao menor indício destas aspirações. Foi o que fiz. Caminhei 4 km calada...o silêncio dos deuses e a respiração aguda...prometi a meus pobres músculos doloridos que irei todos os dias no fim da tarde à avenida das caminhadas. Resta saber se amanhã será diferente.
Eu e minha calça azul.
E o suor frio a escorrer......

Um comentário:

Carlos Filho disse...

Um dia desses a Flávia me chamou pra tomar banho de chuva. Quem disse que tive coragem? Pensei logo: "por besteira vou levar um raio na cabeça, vou é porra!". (;