quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

.Entre sacas.

Entre pimentões coloridos, alguns sacos de batata e uma legião de tomates damos o melhor de nós sem nem mesmo saber o quanto tudo isso poderá mudar.... Os dias tem sido divertidíssimos e temos compartilhado de uma alegria simples....um sorriso frouxo e velhas piadas de muito tempo.
São momentos assim tão singelos que nos fazem ver o quão é importante ter por perto aquelas pessoas que realmente te fazem feliz. Nunca é aquele velho sorriso de fotografia....é uma gargalhada nova.




Paz..muita paz.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sabedoria de cada dia


Eu já estava satisfeita e naquele momento a única coisa que eu desejava era encostar em algo macio. Depois de constatar o óbvio de muitos anos é um pouco difícil admitir que não mais poderei usufruir completamente das proteínas bovinas. A enxaqueca é persistente. Mas eu não.... Então que venham as receitas semi-vegetarianas!!! Só não prometo segui-las à risca!!! Bem...e de onde eu estava... já ia me recostar quando um pequeno livro verde me chamou a atenção. Não o ignorei logo de plano, mas sempre considerei razoavelmente seguro manter uma certa distância deste tipo de literatura que eu, por muitas vezes, considerei de fato banal. E não me afasto completamente desta perspectiva, tendo em vista que, muitos autores ainda comprovam a minha idéia. Diante disto resolvi ler um trecho do livro... surpreendeu-me a fantástica mensagem que se aplica completamente às minhas perspectivas.

"A vida não é competição contra alguém. Ai está um engano, até muito generalizado. Você não vai lutar contra alguém, nem mesmo em um jogo de futebol. Seus esforços não se dirigem contra alguém, ou alguma coisa, mas buscam, isto sim, alcançar o objetivo desejado. Para atingir esta meta, usará a sua capacidade, a sua energia e a sua Força Interior. O fim a que se propõe não é destruir, mas CONSTRUIR. O que você quer, na verdade, é cumprir a sua missão da melhor maneira possível. Para isso, não está acertando a pontaria nos outros mas em si mesmo. Eis o princípio do desarmamento dos espíritos."
Lauro Trevisan

sábado, 5 de janeiro de 2008

1,2,3....


1.Durante muito tempo pensei em alguns segundos que poderiam vir, especialmente depois de um certo tempo.... E pensei milhares de vezes, e na verdade ainda penso... o que fazer quando este segundo chegar??
2.Agora tenho paredes marfim. Tenho a alforria de alguns botões e de alguns minutos à sós, e para quem nunca teve nada disso, realmente é fantástica a ilusão da posse. Nos faz sentir mais vivos e mais desumanos do que prevemos.
3. Até agora neste dia nada me passou sobre o que realmente fazer este ano. Nada de realmente relevante e não me assusta este fato, tendo em vista que, nunca fiz planos. Deixe apenas estar. Vamos ver se essa Yoga vai para frente!
4. Namastê!
5. Afinal, então....tenho lido bastante este poema que é, para mim, um dos melhores de Fernando Pessoa:

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.