sábado, 3 de maio de 2008

.Cinzalilás.

O fim de tarde tinha uma cor da ausência de há muito tempo. O percurso São Pedro-Ininga estava de uma cinza-lilás-laranja nostálgico. Eram quase seis e num rompante de silêncio me desloquei pelo caminho de alguns quilômetros.
Era fim da tarde e o Sol brincava de iluminar uma parte das nuvens que se amontoavam sobre os resquícios de azul piscina do céu de maio.
Foi assim que vi.
Foi assim que senti.
O fim de tarde de maio que há muito eu não via.
Pensei em visitar alguns amigos e enquanto mergulhava no verde vivo da Cajuína me perdi nas listras brancas de um chão negro. Estava com preguiça de falar. Não seria uma boa companhia.
Dirigia....mas não sabia exatamente para onde. Desejei dirigir por quilômetros enquanto o Sol se punha e o resto de luz ofuscava a minha visão morta.
Morta pelos pensamentos....
Se tivesse batido o carro teria valido a pena. O cenário era perfeito. O estado de transe inconfundível.... Desejei novamente ver o mar. Imaginei aquele pôr do Sol do Coqueiro...aquele fim de tarde de maré cheia...a areia grossa nos meus pés.
Tive saudades.....saudade de uma tarde....afinal...hoje é sábado?!





"That thing, That thing, that thiinngg...."--> Lauryn Hill impregnou!

Um comentário:

Carlos Filho disse...

Viva a sinestesia! (: