sexta-feira, 25 de março de 2011

eu estava falando do quê?

Sim, qualquer pessoa pode ser o que quer ser
A democracia dos relacionamentos e personalidades nos permitem isso
Então seja confortavelmente algo
E calar vai fazer você perceber o quanto os sons ensurdecedores que trocamos nos tornam dementes
Rotulamos as pessoas e isso é um fato
Procuramos padrões ou conexões plausíveis que nos resumam qualquer coisa que não entendemos, ou apenas queremos criticar
E como é bom criticar.... ser o dono da verdade, das certezas... ter boas opiniões, ser opiniosamente entendido de quase tudo.
Um quase tudo muito nada.
Gente chata e tão comum
Tal qual nós mesmos.
O dom da observação não permite a escusa de saber
Que quanto menos gente há
Há bem mais gente tentando ser gente
Sapo grande em lagoa pequena
Não caia na tolice cega de ter como referência a lagoa.....
Pode ser que ela seque no próximo verão
A vida alheia interessa
E não negue o prazer da futricagem, da fofoca, da sacanagem, da desgraça.
Curiosidade sadia é só a sua
A dos outros é vadiagem
Vadia
Sem poder se esconder do que talvez nem seja
Por ser apenas aquilo que é
Ou que alguém quis que fosse
Tenho a péssima mania desta compaixão idiota
ops.
Idiota na medida que me convém.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Idiota.

Internalizei o conceito de não formular conceitos.
Prático, estável, prolixo.
Impossível.
E não se permita ser idiota tal qual as pessoas esperam que você seja. Seja apenas idiota quando isso lhe convir e saiba ser um bom idiota.
Um bom idiota também é um bom surdo, na medida em que ouvir coisas que não deveria nos faz alvos fáceis de nós mesmos. Como aquele comentário despretencioso que talvez em algum momento possa ser usado contra você. Ser inteligente é saber mais do que apenas saber o que fazer.
Entendeu?
Sim.
A idiotice é fundamental para a manutenção das relações humanas. Complexidade exige fingimento e saber fingir... Ah... isso é uma verdadeira arte. Nada de escrupulosos conceitos acerca da sinceridade desenfreada. Gente sincera demais é inconvenientemente irritante e 99% das vezes é desagradável. O limite da sinceridade é o momento em que você começa a ser idiota.
Algumas vezes falar muito ou falar pouco lhe dão um agradável atestado de idiota que você usualmente pode exercitar.
Ser idiota por falar demais, faz as pessoas criarem conceitos fúteis de você, fazendo com que você se torne aos seus olhos seres inofensivos... o que é bem prático quando isso nos convém.
Ser idiota por não falar nada irrita algumas pessoas que precisam de comentários afirmativos para acretitarem no que estão falando. Isso é muito bom pois na medida em que você vira um idiota calado poupa os seus ouvidos de asneiras e comentários desnecessários sobre o tamanho do salto da colega da limpeza.
Ser idiota no casamento também é útil. Principalmente quando você está com alguém que sabe que o poder da idiotice é útil para ambos os lados. Você se faz de idiota quando chega em casa e vê aquela bagunça miserável que você tem que arrumar, mas está cansado o suficiente pra dizer a si mesmo que tem que fazer isso. Você se faz de idiota e fecha a porta pra não vê.
Você se faz de idiota quando alguma coisa não lhe agrada e vira o idiota calado e absorto em seus pensamentos pra não fazer a idiotice de discutir por uma outra idiotice que certamente vai deixar de sê-la quando a sua TPM passar.
Afinal, mulheres muitas vezes são os seres mais idiotas que eu conheço ( e me incluo nessa). As que sabem o poder que tem geralmente não sabem usá-lo ou preferem não admitir que o possui. As que não sabem, reprimem as poucas e únicas que dentro da sua consciência exercitam algum neurônio.
Sim... já não somos mais tão misteriosas e incontroláveis como antes. Na verdade caímos no conceito piegas de “ as mulheres não sabem o que querem”. Sei bem o que quero: ser idiota apenas quando eu mesma puder me utilizar disso em beneficío próprio; ser idiota fundamentalmente quando pessoas idiotas tentarem me convencer que não são. E alguma coisa aqui dentro me diz que nós todas deveríamos entrar no controle e fazer os idiotas comuns virarem idiotas comuns e insignificantes.
Um bom exercício pra quem adora ser excessivamente cult.