segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Brincando de rima.

Tem gente com cara de gente.
Jeito de gente.
Pele de gente.
Tem gente que ás vezes mente.
Se faz de demente.
Se sente dormente.
-E nada sente.
Tem gente sorridente.
Que ri de frente
E não teme o que sente.
É sim...tem tanta gente...
gente.
gente.
gente.
E nem sei mais quais delas me convém.




Conheci uma garota cabelos dupla cor.
Uma em cima, outra em baixo.
Já a conhecia, mas depois de uns goles de guaraná - tendo em vista que antibióticos aliados ao álcool não me permitem operar máquinas - me surpreendeu sua revelação.
Resumindo: uma boa porrada às vezes faz muito bem.
E foi tão engraçado, quanto coerente.
Mas, enfim, não estou querendo levar uma.
Prometi que postaria isto!


[Dormi no ponto.
Esperei ficar pronto.
E esqueci do pranto.]




São dois mundos diversos.
E eles me convém.
Amo-os assim mesmo.
-De ladinho.

sábado, 27 de setembro de 2008

Manifesto.

Quero manifestar meu repúdio e amor às palavras
Que nada dizem
Mas aliviam alma.
Quero manifestar meu repúdio à incapacidade momentânea de meu pobre coração.
De recitar uma canção
Que me faça crer naquilo que não se prevê.
Quero manifestar ainda meu amor.
A tanto e tudo.
A quase nada.
Quando de mim ainda resta.
Um pouco de si.
Olhos marejados no horizonte de canções, versos, cores, luzes e sons.
Um sensível episódio do além.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

deles.

As lágrimas que fogem aos olhos.
Tão rápidas quanto molham a fronha de um velho travesseiro.
São de palavras rudes.
Nem tão novas.
Mas mais freqüentes.
E o porquê de tanto.
Em tanto.
Salta aos olhos do que era previsível.
Do que era tão constatável.
E de onde vem a parte disto?
Das palavras soltas?
Dos gestos mudos?
Recolho-me ao que me diz.
Desfaço-me destas mágoas.
Como uma forma de prolongar esta estadia.
Como uma forma de tentar mantê-la.
Como já não se suporta, nem se quer mais.
Apenas assim, com os olhos entreabertos.
As portas fechadas.
O sorriso amargo.
E a vontade de vencer.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Esta velha pressa....

Um dia.
Um instante qualquer.
A vida olha os passos de meus pés cegos.
Um dia apenas.
Exatamente como algumas horas a mais.
-A vontade de tudo.
E a pressa pelo agora.




[BRÓ]

O calor está terrível.... a paciência menor do que um grão de mostarda. E esta irritação sem dono, meio bandida nada mais é do que aquela miragem no asfalto. Já perceberam como tem tido água no asfalto? Isto é um mau sinal para minha massa cinzenta.
Calor+TPM+Enxaqueca+UESPI = coquetel molotov.
Por onde anda o mar?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Escada.

Quanto a tanto.
Me permito dizer.
Que nada tenho calculado a este respeito.
Embora tenha sim tentado controlar.
Talvez alguns planos perfeitos.
E a crença de que tudo pode ser tão lindo.
Sabendo que o contrário também se opõe.
Então esta velha mania tem se perdido entre as frestas das portas que se abrem.
Se dissipado nas noites tão bem dormidas.
E muito bem acordadas.
Sobre palavras tão humanamente falhas.
Projetos são divididos.
Na certeza de nada.
Na vontade de tudo.
-Minha escada para o infinito.

Na casa dela.

A morte veio promiscua e insana.
Derramando atrás de si algumas muitas lágrimas.
Refletida no som baixo de sussuros de amor eterno.
E visitando a mesma morada.
Ela estava ali silenciosa.
Observado os presentes.
Talvez escolhendo seu próximo passo.
E não é cruel assim.
Ela está nos cantos das salas.
À espreita de um qualquer desavisado.
De que a vida é assim tão frágil e tão simples.
Como os sonhos que carregamos em si.
E quantos consolos ainda vamos dar.
Antes de saber que um dia um de nós o receberá?
Sem saber quando será.
Que esta infame vem nos visitar?
É só ao tempo que podemos dar esta velha tristeza.
É só a nós que podemos legar tamanha certeza.
Por que as palavras recebidas se dissipam no vazio que os dias trazem.
E ninguém tem a palavra certa.
Só Deus sabe disto.








terça-feira, 16 de setembro de 2008

Abraço.

Eu não pude enxugar as suas lágrimas.
E esta distância tão antiga quanto o tempo.
Me aperta o coração.
Por não poder lhe dizer ao pé do ouvido.
Alguma graça talvez sem graça.
Que lhe arranque um sorriso.
Ou lhe diminua esta dor.
Então fico aqui sentada.
Com estas mesmas velhas palavras.
Enviando minhas melhores energias.
Como a única forma de dizer a você que estarei aqui.
Sempre aqui.
A qualquer hora e dia.
Esperando ansiosamente para poder te abraçar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Palavra.

Quando a sua voz perpassa algumas paredes.
O som dos seus lábios dizem aquilo que há tempos é dito.
E muitas vezes não ouvido.
Mas insistentemente ela tem fé.
E isto me enche os olhos de lágrimas felizes.
E contemplo sua força e seu riso.
Então empresto-lhe meus ouvidos quase céticos.
E burros
Àquela velha lição tão nova....


“A vós que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica. Dá a quem te pedir e, se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam. E se fazeis o bem somente àqueles de quem esperais receber, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim. E se emprestais somente àqueles de quem esperais receber, que recompensa tereis? Até os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia. Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus. Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será posta no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”. Lucas, 6, 27-38.



E Deus é tão bom quanto a vontade de ter um amanhã.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Vai saber...

Adoro tudo o que é seu.

Cada segundo de suas frases.

Seus olhos indescritíveis....

E eu nem sabia disso.

Ou soubesse com a ignorância de quem prefere

Não ver.

Não ter.

E durante certo tempo foi importante esta distância.

Estes medos.

Um meio para este fim.

Tão assim.

Especial a cada dia.

Único a cada momento.

E isto ainda nos dá um medo cruel.

Por toda a história que nos compõe.

E que nos exige uma paciência mais do que espetacular.

Então deixa estar.

Uma hora talvez acredite.

Que é mais do que imagina.

E tem mais do que crê.


A sabedoria dela.

Debruçada sobre uma pilha de roupas na madrugada.
A água furtada.
Nenhuma lágrima lhe cobria os olhos.
[Ela não sabe que alguém lhe olha assim.]
Então estava tudo quase tão bem quanto algum tempo atrás.
Porque tudo isto é quase novo, mas previsível.
Como a sua oração todas as manhãs e aquela velha tentativa de catequizar qualquer destas pobres almas que a ouvem baixinho.
Sussurrando versos e orações.
E ela sabe com fazer isto.
Sabe de tudo isto.
Mas prefere o conforto de suas palavras e de suas certezas.
Nada além da sua velha esperança, sua filosofia acadêmica...
E seus ouvidos surdos.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Insubstituível.

Sim, ninguém é insubstituível.
Por que não há que se falar em substituição.
Não se substitui nada, nem ninguém.
Apenas damos a outrem a chance de ocupar um espaço novo que dispomos.
E somos tão tolos em crer que alguém pode nos substituir ou que podemos substituir alguém.
E esta ilusão alimenta algumas frágeis almas.
Que tratam as pessoas como coisas.
Que tratam o amor como objeto de escambo.
Sim, não há nenhum ser insubstituível....
Porque ninguém está aqui para ser o outro.
Nem tampouco melhor ou pior.
Só se quer a chance de ser.
Ser um pouco de si.
Dar um pouco de si.
E assim não há que se falar em substituição.
Cada um constrói o seu lugar e o seu caminho.
Cada um faz de si.
E faz por si.
Então é tão simples como esta certeza de que não só passamos pela vida das pessoas.
Deixamos um pedacinho nosso e carregamos um pouquinho de cada um.
E isto nos faz crer que somos especiais para o que é eterno e simples.
Como tudo o que acreditamos.
E fazemos acontecer.

sábado, 6 de setembro de 2008

Emprestado....

[Certezas]

Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons
sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena.

Mário Quintana

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

"férias"

É incrível esta sensação de esperar pelas férias. Quando elas chegam sempre vem sem graça.... E consequentemente quase nada para fazer. Na verdade tem muita coisa pra ser feita, mas nem por isso significa dizer que é exatamente o que se quer fazer. É mais ou menos como quando abrimos a geladeira para pensar após ter sentado apenas 5 min na frente dos livros. Não sei se é o calor de The ou é a incapacidade momentânea de meu cérebro, mas parece que me refrescam as idéias estas visitas à porta da geladeira ( e desde já saibam que a energia além de ter aumentado quase 10% , é sempre mais cara no horário das 17 às 20 hrs). E nunca há nada para comer!!! É claro que há, mas não exatamente o que quero comer. Porque na verdade, não quero comer.... (que mania idiota, einh)?

E isso se estende também aos canais de TV. Claro que não são lá estas coisas a nossa programação diária( para não dizer que é uma catástrofe!). Mas alguns canais a mais da TV a cabo também não satisfazem aquela pseudo-vontade de assistir TV. Nunca está passando algo de interessante quando você realmente procura algo que mesmo que não seja interessante, lhe distraia por algumas horas, até que alguém lhe ligue e lhe tire daquele tédio terrível.

Então assim lá se vão meus dez dias de "férias". E não é a saudade da sala de aula que me faz desejar não estar de folga. É exatamente a sensação que neste exato momento enquanto enferrujo meu cérebro, o mundo capitalista está aí funcionando a pleno vapor e eu estou aqui criando teias de aranha.
E nem por isso vou sair por aí tresloucada e desesperada.
estou esperando um telefonema. Uma delicada voz que diga: pode vir, você já foi chamada.... Então até lá vou ter de suportar esta sensação de inutilidade ao olhar para todos os meus preciosos livros e perceber que não os li. Que tenho umas 1000 páginas de conteúdo jurídico para implantar no meu cérebro e ter de assumir que quando a minha massa cinzenta, nem que seja de longe avista o nome "férias", resolve parar de funcionar.

Eu não consigo abrir livros.
Nem a geladeira.
Nem ligar a TV.
E isto tem me deixado frustrantemente mais burra...
E menos paciente!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Cobrança indevida.

Era só olhar ao redor.
E ver o que não era óbvio, mas incerto.
E era tão certo exatamente.
Tão ao mesmo tempo.
Que nada diria disto.
Se as palavras não lhe escorressem.
Então como pronunciar tanto.
Se ainda lhe faltam palavras certas.
Momentos ilustres.
E nada além do que um azulejo frio nos dias quentes.
Os pés cheios de calos tão novos, e tão macios....
Refrescam-lhe a alma.
E não há limite às palavras.
Nem ao entendimento.
Se o que é dito de desfaz na próxima linha.
No momento certo de se esvair.
É...são mesmo só palavras incompreendidas.
Talvez até não ditas,
mas desejadas intensamente.
Como a uma sombra nesta luz de tudo.
Como um espelho desta compulsiva mente.
Compulsivamente.
E não há entendimento melhor do que aquele que nada diz.
Porque dizer tanto em tão pouco.
É o erro daqueles que pensam e mudam tão rápido quanto os segundos.
E ela sabe que é assim.
Talvez não tanto quanto alguns imaginam.
Talvez não na intensidade que crêem.
Mas as descobertas de cada dia,
Dão lugar a espaços preenchidos por um longo e imenso sentimento.
De que tudo valeu a pena.
De que não há como cobrar do amanhã o que já se viveu tão satisfatoriamente.
Era isso.... só isso que ela pensava, mas que não sabia à época.
E hoje a paz lhe traz esta certeza:
Não há de quem cobrar.
Nem mesmo apostar....
E tudo apenas é.
Ela sabe disso todos os dias quando volta para casa...
E seu mundo de sonhos se constrói novamente todo fim de tarde.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Psiu.....

Os ipês estão amarelos
( dissolvidos entre o verde)
Faz silêncio.
E não é estranho.
É só o silêncio.
E tudo ainda é como se imaginou um dia.
De longe somos míopes.
Sim, ainda faz silêncio.
E o som incomoda.
[Vem de dentro]
Tudo se encaminha
Exatamente de acordo com o caminho.
De onde faz silêncio.






terça-feira, 2 de setembro de 2008

Alguns metros....

Meus pés percorrem o espaço de uma vida.
O tempo de um minuto.
A certeza de um instante.
E tantas dúvidas que aqui residiram.
Encontram um afago sincero nas resposta que só o tempo traria.
E trouxe.
De nada adiantou a pressa.
Que transformou dias tão curtos.
Em um tempo tão incerto.
Se dependia apenas de alguns metros:
Onde parei?
E porque não pude andar alguns centímetros de segundo?
Era só a pressa pela resposta.
Uma ânsia óbvia demais.
Incapaz demais de ser só.
E não é engraçado.
Nem tampouco triste.
Esta certeza de agora.
Este mar de tudo de agora.
Porque ainda há tantas coisas que merecem ser compreendidas.
Que tudo não passa de uma breve certeza.
E se é certeza há de ser no mínimo certo
Tão certo quanto tudo pode ser.
Tão igual quanto a tudo que há de diferente.
E a minha felicidade de hoje - tão quanto a de antes.
[E isso eu constatei]
É simplesmente um reflexo das escolhas que fiz.
E fiz.
Sinceramente fiz.
Como quem faz algo de coração.
E se é feito de coração.....
Já valeu por tudo.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Asa Branca.

Nada de enlatados.
Só aquela velha lata laranja e branco.
E não é o meio mais confortável.
Mas o que deixa as pessoas mais inteligentes.
Já pensou em como 15 minutos de silêncio completo, mente vazia e introspecção são excelentes?!
Isso quando você está sentado do lado da janela no exato momento em que não está fazendo Sol - fato raro nesta época do ano!
Ou quando não ficou de pé e tem de prestar muita atenção para ou não ser esmagada ou não ser apalpada.
Sem contar aqueles quarenta minutos ao Sol na espera da dita latinha - e o medo daquela velha laje de concreto despencar sobre esta pobre cabeça frágil.
Sim.
E me sinto uma sardinha dentro dela.
E esta sensação é muitas vezes melhor do que o conforto que a preguiça insiste em exigir.
É onde compartilhamos nosso espaço.
Nos dissolvemos no mar de gente que corre todos os dias.
E como são estranhas as pessoas.
Cada um com os seus problemas.
Cada um apressado em si.
Concentrado em si.
Conformado em si.
E um tão raro Bom Dia não pegaria nada mal.
Como um sorriso ao simpático cobrador que roda a roleta.
E quem aguentaria tamanha correria por tão longo tempo?
Eu já desisti.
Sonho com o mar.