quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Antes de dormir.

Às oito e meia na central. Tempo relativo. Pouca gente.
Esta semana ou não era propícia para a delinquência ou, enfim, estão todos presos.
-Doce ilusão.
Então já virou estatística: sair durante a semana é mais seguro.
Aos fins de semana sempre tem algum bebum por aí afim de bater em alguma "indefesa" mulher irritante.
Me resguardo destes tipos.
O calor está insuportável!
Chuveiro elétrico desligado da tomada.
Alguém, por favor poderia inventar um resfriador de água?
Eu mesma poderia fazer isto se minha capacidade inventiva não estivesse sendo prejudicada pelo genocídio de meus neurônios.
-Estão derretendo.
Sim, parece impossível mas os dias tem sido mais quentes.
A paciência diminui, o tédio aumenta.
Diretamente proporcionais.
A única tola satisfação ao Sol que tem me perseguido são os passeios diários de ônibus.
Ao meio-dia o melhor local para sentar-se é do lado do cobrador - faz sombra.
Paradoxo.
As 19:30 um homem diz que perdeu 6 membros da sua família, dentre eles sua mulher grávida.
Então ou desisto do mundo ou do Jornal Nacional.
Minhas lágrimas não poderiam alagar o sul do estado, mas molharam a minha fronha.
E me vi invadida por um medíocre sentimento de pura revolta.
Uns alagados, outros com sede.
E o Bonner não veio transmitir o JN do nosso sertão, onde há sede e fome.
Uma tragédia habitual - se assim o fizesse teria de transportar todo o estúdio para cá.
O Brasil é um país democrático!
E ainda tenho que dormir com esta.



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