domingo, 13 de julho de 2008

Reino tão, tão distante.

[I]
(Ainda aqui)
Unhas carmim.
Um floco de neve ao Sol.
E as idéias cozinharam lentamente no espaço de alguns dias.
E o que foi dito já não mais se volta atrás.
Foram dez minutos para um fim.
Os dez minutos mais rápidos que já tinha percebido.

[II]
Foi ali.
Exatamente ali.
E por uma meia volta e uma meia mala.
Uma mesma roupa e um convite sincero.
Nenhuma distância era tamanha.
Então assim.
Rápido.
Uma estrada escura e uns tragos de histórias.
A história de nós dois.
Seriam seis quilômetros?
(Não se deve mentir às uma da manhã!)
E aquela ponte é sim alta.
Trocamos o céu por uma noite.
E o frio que invade é inversamente proporcional ao calor que vem de dentro.
As estrelas estavam suspensas naquele espaço de tempo.
Os pensamentos não acompanhavam-nas na hora da queda.
E ainda assim nossos desejos ainda estão vivos.
E podem sim existir.

[III]
Os olhos.
Sinceros.
E eles tem um brilho diferente.
Um caminho inteiro a percorrer.
São as pequenas coisas e não os grandes gestos.
E um dia inteiro por uma preguiça de uma rede.
"Você é maluca."
Nem tanto.
Tão quanto.
A noite toda.
A conversa antes do sono.
" E a verdade é só uma. Mas há perspectivas diferentes."
E um pedaço meu e tão seu.
De repente.


[IV]
Nada tão, tão distante dura sempre.
O castelo de um príncipe.
O medo de voltar e ser como era antes.
Mas não há de ser como antes.
Se já não somos.
E ainda que fôssemos há que se convir e crer em Heráclito:
"Não se banha duas vezes no mesmo rio."
E as águas que passaram já não voltam mais.
Assim como alguns dias.
Alguns segundos:
Estáticos.
Imutáveis.
Maravilhosamente guardados.
Onde ninguém poderá tocá-los.
Nem compreendê-los.

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