sábado, 25 de outubro de 2008

Um ano.

Para que servem os clichês?
Não saberia de fato nem ao certo, mas no mínimo, são uma boa forma de economizar palavras e constatar fatos. Sim, definitivamente o mundo dá voltas. Se ele é redondo, bem.... Eu não sou Galileu Galilei e os tempos são outros. A terra é redonda, mas não creio que voltamos para o mesmo lugar.

É aí exatamente onde se enquadra meu caríssimo Heráclito e sua teoria do devir. Ninguém banha no mesmo rio duas vezes...enfim... as águas já correram e você nunca será o mesmo ainda que seja induzido a tomar a mesma atitude.
Foi assim a exatamente um ano atrás.
Um sábado qualquer, como tantos outros sábados.
Aula pela manhã de um assunto nada fácil...pior ainda constatar que o conhecimento agregado não é lá o que eu mesma esperava, o que não quer dizer que é tão pouco assim.
E como tudo era tão diferente a um ano atrás... quantos sonhos se perderam, quantos fatos se sucederam e quanta nova mágica há em cada segundo que me persegue... e isso só foi a um ano.
Num lapso me veio esta lembrança:
Atrasada, consequentemente descabelada, mas muito bem-humorada.... e ele estava ali como há muito tempo esteve. Sentado, calado, introspectivo.... Um dia depois do seu aniversário - que eu não liguei para lhe desejar toda a felicidade do mundo. Me abaixei até sua carteira e lhe dei um abraço e um beijo carinhoso no rosto.... lhe desejei de coração toda a felicidade do mundo sem saber o tamanho da responsabilidade que carregava naquele desejo. Sem saber que de certa maneira, em algum momento, o destino cobraria a minha participação nesta felicidade. E foi tão singelo quanto seu sorriso e seus olhos que me agradeciam o carinho recebido... Alguns mais afoitos - inclusive o professor!- soltou um " ummmmmmmm". E aquele momento ficou estaticamente guardado em minha mente... Pela inocência que guardávamos e o respeito que dedicávamos a nós e a quem nos acompanhava.
Sim...não nos banhamos duas vezes no mesmo rio.
Sim... o mundo dá voltas.
E nesta volta a correnteza por muitas vezes nos deixara cansados... e buscamos novamente a margem do rio, como uma segurança. O que estava por vir viria de dentro de nós mesmos. E eram só sonhos. Tantos sonhos quanto a vontade de que tudo fosse possível.
Hoje, o destino bateu à minha porta. Mas ele nem precisou pedir, ou cobrar meus próprios desejos.... disse a ele que cada segundo é pouco para tudo quanto posso. E por acreditar que posso tanto.... vou dar tudo de mim por aqueles olhos e sorrisos que hoje me são tão recorrentes e tão amáveis.
E eu sei que ele sabe disto - ainda que por muitas vezes seja difícil de crer.

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